Saturday, October 30, 2010
Compreendes?
Quando eu que amo tanto as palavras já deixei há muito que elas me escapassem, ainda assim te digo em mil idiomas, para além dos que ditam todas as convenções sobre dizer e desdizer as coisas, dizem meus gestos e olhares e até mesmo meus silêncios, que o quero mesmo, hoje e sempre, é hacer ser feliz nos nossos sorrisos. Compreendes?
Wednesday, October 27, 2010
Ritmo.
Dia desses eu brincava com um relógio de parede de cozinha, modesto, leve e branco, como todos os bons relógios de cozinha. O moço passou, olhou, metaforizou e pediu que, por favor, atirasse logo aquilo pela janela - simples assim, como quando eu era criança e gostava de jogar copos janela abaixo. Idéia tentadora, vontade nostálgica. Mas o caso é que a quebra não me parece destino possível ao maior e mais misterioso definidor de destinos. Tempo.
O relógio continua aqui, comigo. É o movimento dos ponteiros, é o som dos meus passos, dos meus dedos no teclado. É o som da cidade e o som do silêncio, é a presença permanente de um tempo que nunca é o mesmo. É o tempo em mim. Marcado, constante, ritimado e, sempre, novo.
O relógio continua aqui, comigo. É o movimento dos ponteiros, é o som dos meus passos, dos meus dedos no teclado. É o som da cidade e o som do silêncio, é a presença permanente de um tempo que nunca é o mesmo. É o tempo em mim. Marcado, constante, ritimado e, sempre, novo.
Tudo.
O mundo da lua
a lua do mundo
a gente na lua
na rua, no batuque
no mundo da lua
vendo a lua do mundo
se movimentar no céu
se movimentar em nós.
a lua do mundo
a gente na lua
na rua, no batuque
no mundo da lua
vendo a lua do mundo
se movimentar no céu
se movimentar em nós.
Friday, October 22, 2010
Tempo.
Ouvi dizer que o dia em que você mais riu na vida foi aquele em que caimos da rede. Não lembro de ter caido nem o porquê de ter caido, mas saber disso faz pensar sobre quando na infância se sabe e quando se desaprende a valiosa lição: rir de si mesma. Não faço idéia, sei apenas que estou, sempre, reaprendendo.
Monday, October 18, 2010
Thursday, October 14, 2010
Compasso.
Por necessidade ou vontade, as vezes acontecia de sair inventando palavras. Foi assim quando quis que meninos tocando tambores guiassem e seguissem seus passos. Inventou a palavra tamboreiros, e então tinha vaga-lumes de silêncio e som em todos os caminhos.
Monday, October 11, 2010
. De encontro
Se dentro e fora
é turbilhão
só movimento
sem sentido,
sem direção
busco o bálsamo
da palavra
e sou então
simples e apenas
concentração.
é turbilhão
só movimento
sem sentido,
sem direção
busco o bálsamo
da palavra
e sou então
simples e apenas
concentração.
Sunday, October 10, 2010
História
Quis a lembrança do início das coisas,
mas que memória guarda o princípio
daquilo que parece começar antes de nós,
antes da palavra princípio?
Procurou então, no meio do caminho
reinventar o verso, a flor, a cor.
Aprendeu no amor um novo destino
sem começo, meio, desfecho.
infinito
mas que memória guarda o princípio
daquilo que parece começar antes de nós,
antes da palavra princípio?
Procurou então, no meio do caminho
reinventar o verso, a flor, a cor.
Aprendeu no amor um novo destino
sem começo, meio, desfecho.
infinito
Wednesday, October 06, 2010
Tuesday, October 05, 2010
Trilhares.
Meu coração quer acompanhar meus pés pela cidade, conhecer as ruas e avenidas e os rostos das pessoas que passam por elas e que passam e ficam por mim.
Meu coração quer meu corpo forte, capaz de conviver com o sol a pino e de encontrar o caminho da sombra e a sombra no caminho. Quer ser capaz de suportar tantos pesos quanto for preciso e de, quando possível, deixá-los ir.
Meu coração é a busca do mundo e um mundo para buscas, é andarilho e é passagem e porto seguro para o que há de vir.
Meu coração quer meu corpo forte, capaz de conviver com o sol a pino e de encontrar o caminho da sombra e a sombra no caminho. Quer ser capaz de suportar tantos pesos quanto for preciso e de, quando possível, deixá-los ir.
Meu coração é a busca do mundo e um mundo para buscas, é andarilho e é passagem e porto seguro para o que há de vir.
Monday, October 04, 2010
Friday, October 01, 2010
Continuar.
Olha, eu sei que não devo reclamar, que herdei de mim mesma esse otimismo quase patético, essa capacidade quase irremediável de acreditar, essa certeza quase inabalável de que existe um destino bom para todas as coisas, eu sei que não devo reclamar mas é uma sexta feira cansada e essa alergia não me dá tregua desde segunda, e a torneira da cozinha pingando me gela até os ossos, e esqueci outra vez de tomar meu chá antes que ele esfriasse, e o que mais me dói é que eu sei que não devo reclamar porque apesar de tudo minhas agonias pedem apenas uns poucos sorrisos, e trazem consigo uma certeza maior. É não passar pela vida sem acontecer.
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