Thursday, May 19, 2011

Nini.

Bastava tocar a maçaneta para que você abrisse a porta, então eu sentava no banco da cozinha e você coava o café de sempre que eu tomava sempre na mesma caneca, mais por apego que por falta de opção, e falávamos sobre as coisas mais cotidianas por todo o tempo possível.
Se eu viajava era você correndo pela casa em busca de qualquer objeto indispensável, em busca de tudo o que eu esqueceria, não fosse por você estar lá pra lembrar. Se eu gripava era suquinho pra lá, suquinho pra cá, e um carinho para cada dengo. Para as nossas impaciências, você era de uma paciência sem limite, um destaque em uma casa tão cheia de ânimos exaltados.
Há tempos você se foi e sua falta é apenas uma pontada ocasional, no peito e no juizo. Ainda assim, crescemos tanto nesses anos em que você era cuidado e carinho para todos os momentos do dia, que pensar em você há de ser, sempre, a paz e o porto de estar em casa.

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