"Panela ou colher?", a voz vem lá de dentro e chega antes dela, com as duas em mãos. Após o tradicional instante de dúvida, escolho a panela, já resignada com a tarefa de raspar na teimosia o doce quase inexistente. Uma provinha e endurece tudo, lá vou eu requentar a panela pra continuar a raspar.
Panela quente, semilimpa, pego o rumo da pia, encho-a de água e volto ao fogão. Tanto trabalho apenas pra simplificar a lavagem da louça, mais tarde, depois de dar conta da tigelinha com a parte que me cabe. Tudo assim, divididinho. Hoje ela cozinha e eu lavo, e nos duas comemos, cada uma em sua tigela, cada uma preenchendo um canto da casa.
Aqui é assim, desde sempre, as coisas todas compartilhadas, em nome da inteireza do afeto.
Isso até ela terminar a parte dela e vir meter o dedo no meu brigadeiro.
1 comment:
Muito lindinho.
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